quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

JAN-KEN-PO

Era como se ainda não soubessemos nada,
Quando o vazio da casa ainda não estava mobilhado
Com sonhos contemporânios ao redor de um Matisse;
Quando o Super-Homem ainda andava
E a MTV e nossos Lps arralhados prevertiam
As nossas almas oitentistas;
quando ainda não nos conformavamos fácil
Com o pouco que tinha e o tanto que nos faltava;
Quando ainda acreditávamos
Que cainda para cima jamais torpeçariamos
Em estrelas cadentes.
Mas, eis que então nossas crianças cresceram
- E para elas nos tornamos algo meio "Alien Saudoso Subterrâneo".
Quando viram o mundo com um olhar lasso
E não mais por nossas janelas para jardim jardim caleidoscópicos.

Ah, era tão bom quando éramos todos abençoados
Pela nossa santíssima e altruísta ignorância,
Acreditavamos sem nenhuma excitação ou ressalva
Em tudo e qualquer devaneio de um mundo Pop em ascenção.
Agora; nada.
Nada mais nos engana. Nem a nós, nem a ninguém.
Todos nós sabemos de tudo. Pena.
Mais por nós do que pelos outros.
Era assim, não é mais nada.. Não mesmo.


BICICLETAS DE BELLEVILLE

Não conheço estação
Para homens que desaprenderam
A dançar,
Não confio em homem que não sabem dançar.
Nada é mais simples e fácil,
Dois para lá, dois para cá, uma dança.
Não imagino crianças
Que nunca quiseram de bicicleta
Andar...
Alguns invernos e muitas tempestades
Iluminam o céu dessa noite,
O tempo vai continuar incerto depois de agora.
Ainda assim, me importa lhe perguntar,
- Mas pelo seu sorriso que pela resposta:
Você ensinaria a um velho como eu
Que não sabe dançar,
Que nunca teve infância,
A descer ladeira abaixo numa bicicleta sem freios?