terça-feira, 5 de junho de 2007

ETHAN, ELLA FITZGERALD E UM DIA VERDE

Ela abriu a porta. Ele entrou. Ela fechou a porta. Ele esperou. Ela lhe tocou o rosto. Ele gelou. Ela entendeu. Ele sorriu. Ela tinha trinta. Ele dezesseis. Era pecado. Era errado. Era isso. Era aquilo. Ela queria. E ele então!

Ela teve medo de seguir. Ele temia não ser verdade. Ela continuou. Ele deixou. Ela pós Ella Fitzgerald. Ele preferia Green Day. Ela dançou para ele. Ele a acompanhou com o olhar. Ela lhe beijou a boca. Ele viajou. Ela era fogo por dentro. Ele tremia de emoção. Ela sabia o que fazer. Ele se deixou levar. Ela abriu o sinal. Ele avançou. Era desejo. Era preciso. Era sonho. Era realidade. Ela estava ali. Ele também.

E então aconteceu.




Ela abriu a porta. Ele saiu. Ela disse adeus. Ele sorriu. Ela lhe puxou pelo braço. Ele voltou. Ela lhe beijou a boca. Ele se entregou. Ela agora tinha dezesseis. Ele bem mais que isso. Ela tinha mudado. Ele estava nas nuvens. Era estranho. Era normal. Era devasso. Era divino. Ela o queria. Ele a teve.

E então se despediram no portão da casa dela, em meio a uma chuva fina que caia despretensiosa.

Ele correu feito um louco, comemorando na chuva. Ela sorriu da situação, tanto que só pensaria nas conseqüências de tudo que houve depois. Bem depois.

Um comentário:

Unknown disse...

De um gigantismo literário indescritível...
Parabéns!!! Pelo talento, pela coragem de expressá-lo (nem todos a têm) e pela genialidade com que o faz...
Siga em frente, guri... Vc é muito bom no que faz...
Obrigado, mais uma vez, por me permitir ter acesso a esse maravilhoso conto...