terça-feira, 10 de maio de 2011

ELLA FITZGERALD E UM DIA VERDE

Ela abriu a porta. Ele entrou. Ela fechou a porta. Ele esperou. Ela lhe tocou o rosto. Ele gelou. Ela entendeu. Ele sorriu. Ela tinha trinta. Ele dezesseis. Era pecado. Era errado. Era isso. Era aquilo. Ela queria. E ele então!
Ela teve medo de seguir. Ele temia não ser verdade. Ela continuou. Ele deixou. Ela pôs Ella Fitzgerald. Ele preferia Green Day. Ela dançou para ele. Ele a acompanhou com o olhar. Ela lhe beijou a boca. Ele viajou. Ela era fogo por dentro. Ele tremia de emoção. Ela sabia o que fazer. Ele se deixou levar. Ela abriu o sinal. Ele avançou. Era desejo. Era necessidade. Era sonho. Era realidade. Ela estava ali. Ele também.

E então aconteceu.

Ela abriu a porta. Ele saiu. Ela disse adeus. Ele sorriu. Ela lhe puxou pelo braço. Ele voltou. Ela lhe beijou a boca. Ele se entregou. Ela agora tinha dezesseis. Ele bem mais que isso. Ela tinha mudado. Ele estava nas nuvens. Era estranho. Era normal. Era devasso. Era divino. Ela o queria. Ele a teve.
E então se despediram no portão da casa dela, em meio a uma chuva fina que despretensiosamente caia.
Ele correu feito um louco, comemorando na chuva. Ela sorriu da situação, tanto que só pensaria nas consequências de tudo que houve depois. Bem depois.

Um comentário:

AS MENINAS DOS OLHOS DE DEUS disse...

VC é um ótimo escritor ....MT bonito mesmo.... se tiver mais me mande o link.Obrigado .