A última
É sábado à noite, onze e cinquenta,
comerciais desfilam na tela,
alguma coisa ainda pode mudar,
ele pensa nisso mesmo sabendo que não.
Santiago descansa na poltrona
a espera da hora de sonhar com leões,
mas Deus lhe prepara um grande peixe
para engoli-lo como fez a Jonas.
E o Corvo lá fora diz: nunca mais.
Acordar cedo no dia seguinte é fácil,
não conseguir descansar à noite é o difícil.
É domingo, altas horas,
bebidas destiladas sobre a mesa,
algumas coisas sempre serão o que são,
ele sabe disso mesmo dizendo que não.
“Utopia” desliza na vitrola
e não espera voltar a poeira da estante,
mas o destino encaminha um “big bang”
para assustá-lo como já fez antes.
E lá fora as nuvens dizem: chove não.
Escrever matéria para a manhã seguinte é fácil, não terminar o capitulo anterior é o difícil.
Mas agora, até que ele tem um bocado de fé
e um repertório inteiro de boas intenções,
porque apesar da solidão dos amigos que se foram, ele anda sorrindo a torto e a direito.
EU NÃO CONHEÇO NADA MAIS ASSUSTADOR DO QUE ESTAR
APAIXONADO NOVAMENTE.
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